sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Justiça em Evidência

Artigo de Plínio Zabeu,
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Como já tem sido comentado com muita freqüência, em  2003 tinha início um novo tipo de governo. Aquele que fora  por muito pouco tempo um operário, passando a líder sindicalista, “profissão” que exerceu por décadas, além de colaborar na fundação de um novo partido político, Lula assumia o cargo de presidente do país  que saíra de um terrível  período econômico e se livrara do mal inflacionário além  de  controlar bem as  atividades governamentais. Isso tudo aconteceu  com as eficientes  decisões conhecidas  por todos os que de alguma maneira se interessavam,  e assim continuam,  pelo andamento do país.

Sempre é bom lembrar que o partido vencedor  fora criado com  úteis propósitos,  visando o fim da politicagem e da corrupção que, pouca ou até muita, sempre existiram.

Todos esperavam uma nova era, pois o governo que se findava, executou uma admirável política de transição entre a eleição e a posse, colocando com clareza tudo o que existia nos diversos setores. 
Uma nova era que, com alternância de poderes, caracterizava a real democracia.

O presidente inicialmente fez bem a sua parte  que foi seguir fielmente os princípios recebidos da administração anterior e, auxiliado pelo desenvolvimento extraordinário da economia mundial – que não acontecia desde os anos 70 – tinha tudo para  fazer uma ótima administração marcando época.

Mas algo aconteceu de ruim. Os princípios declarados do partido não foram seguidos e a corrupção, que a maioria acreditava que teria fim, na realidade foi estimulada, foi alimentada com a facilidade de apropriação de dinheiro público e foi criada a atuação hoje conhecida como mensalão. Foi graças à denúncia de um dos envolvidos (deputado depois cassado)   mais  a imprensa livre,  que o povo tomou conhecimento de tudo.

O presidente perdeu uma ótima oportunidade de se firmar como extraordinário  comandante e, pelo contrário, colaborou e até participou (como hoje sabemos claramente) da atividade corrupta.  Usou toda sua autoridade e prestígio popular para encobrir tudo e declarando que se tratava de uma atividade bastante comum, também conhecida como Caixa 2 (atividade criminosa como bem definiu uma ministra do STF).

Muito dinheiro correu nas altas esferas. Apoios foram comercializados para fortalecimento do  partido principal e aliados.  A partir de 2006 tudo já era sabido. E por que nada foi feito para combater o crime? A culpa de tudo cabe exatamente à oposição, que simplesmente se calou diante do horrendo espetáculo. Não se sebe realmente o motivo.

Parece que também no PSDB houve algo parecido para favorecer um político mineiro. Mas existiram também os componentes da parte boa. Autoridades e imprensa não se calaram. O mensalão foi duramente criticado até que algo finalmente foi feito.

Demorou muito sim, mas agora, 6 anos depois, estamos assistindo a um julgamento sério, ou “quase sério” já que entre os ministros do STF existem dois intimamente ligados ao partido comandante.  Mas o que se nota é o progresso da seriedade, mesmo levando em conta o comentário de Lula sobre o julgamento: “A condenação dos réus Dirceu, Genoino e Delúbio não passa de  hipocrisia”. Imaginem  se um  ex presidente poderia assim classificar uma decisão da mais alta corte judicial do país? No Brasil isso pode até acontecer. Mas não deixa de ser uma grave ofensa aos ministros da mais alta corte.

O caso caminha para a reta final. Falam em recursos internacionais como se isso fosse possível e viável. O que o brasileiro decente espera  é a condenação dos corruptos para que se inicie uma nova fase na política brasileira. Obrigado, senhores miniistros

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